quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Saci-Pererê um mito brasileiro


Personagem mitológico mais conhecido nas regiões Sudeste e Sul do Brasil e também nas repúblicas vizinhas. Somente no final do século XVIII surgem as primeiras histórias sobre o Saci,

“negrinho ágil, com uma perna só, nuzinho, carapuça vermelha, armando a assombrar o povo, correr a cavalo e desmanchar a alegria de quem encontra.”

“O Saci é todo pretinho, risonho, de uma perna só, usa carapuça vermelha e sem pelos no corpo, mas mãos tem apenas três dedos, as vezes são furadas, sabe assobiar e fica invisível”.


Segundo Cascudo o Saci Pererê teve sua aparição na literatura com o Inquérito, realizado por Monteiro Lobato (1917) sobre a existência fantástica de um “duende negrinho”. Este ente mítico aparece na forma de um menino negro de uma perna só, entretanto nos países vizinhos ele se assemelha a uma aborígine (tupi-guarani).
Câmara Cascudo revela em seus estudos sobre os mito brasileiros que na cultura sul americana (Na Guatemala e no México ) existia entes mágicos e poderosos unípedes ( Deus Hunrakan e Deus Tezcatlipoca).
As características do Saci não são as mesmas em todos os locais que aparece, no sul e sudeste do Brasil ele tem habilidade de equitação, entrelaçar (emarranhar) as crinas dos cavalos de forma impossível de desfazer. Também é somente no Brasil que o Saci pede fumo. O Yací-Yateré paraguaio, uruguaio, argentino não pede fumo. Pede fogo e comida.
Ao norte do Brasil o Saci está associado a uma ave noturna: o Saci-Ave e também ao Curupira, que no lugar da carapuça vermelha apresenta um cabeleira vermelha. Forma que aproxima-se da descrição do Saci nas repúblicas do Prata.
É comum ver descrições do Saci que adora pregar peças nos outros, faz o viajante errar o caminho, esconde coisas de estimação, faz copos, vasos, e pratos caírem sem motivo. Quando gira em torno de si próprio, faz um redemoinho que levanta poeira e leva ele embora.
A Carapuça vermelha deriva das cabeleiras rubras do Curupira e também das tradições européias do uso de casquetes vermelhas como atributo sobre naturais. A Mão furada aparece em algumas histórias, mas como ressalta Cascudo, ela é uma confusão (mistura) de atributos de outros seres míticos que tem cabeleira vermelha. O pesadelo; o Fradinho da Mão furada.
A cultura caipira recebe a influência judaico-cristã da existência de demônios que vivem a assombrar os vivos e que estão sempre nos 'causos' contados por caipiras, matutos e fazendeiros.
Como podemos ver o Saci é um ente mítico que incorpora diversas forças mágicas. Herda dos demônios europeus a obrigação de desmanchar nós e tecidos. Em Portugal os demônios tem a obrigação de contar os grãos de 'paniço' atirados sob as pontes. Também o direito de desnortear o viajante, fazendo perder-se na floresta.

Sua forma unípede é herdada das civilização indígena através da forma de seus Deuses, entretanto sua cor e feições estão associadas o preconceito e visão estigmatizada do negro africano no Brasil. Por muito tempo, e até nos dias de hoje, o Negro é associado as coisas ruim, e no caso do Saci é por ele ser um demônio que vive a fazer traquinagens. Quem não se lembra do 'Coisa Ruim”, do Cramulhão, que foi Criado por 'Sinhozinho Malta' na Novela Roque Santeiro.




bibliografia:

AZEVEDO. Ricardo. Armazém do folclore. Editora Ática. 2002

Cascudo. L.C. - Mitos brasileiros. Caderno de Folclore. 1976

QUEIROZ, R. S. . Um Mito Bem Brasileiro: Estudo Antropológico Sobre O Saci. SAO PAULO: POLIS, 1987. 137 p. Referências adicionais: Brasil/Português.

onde saber mais:

Terra Brasileira


Wikipedia

Sociedade de observadores de Saci

Livros

QUEIROZ, R. S. O Saci. Ah, Esse Negrinho. REVISTA DE PSICOLOGIA VIVER, v. 15, p. 9-9, 1986.
________________ Migração e Metamorfose de Um Mito Brasileiro: O Saci. Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, IEB-USP, v. 38, p. 141-148, 1995.

Anuário do Saci


O anuário do saci adquiri numa troca que fiz com meu amigo Adão (livreiro na ESP). Troquei uma boneca quilombola por esta agenda.




No meio do caminho.



Ontem quando cheguei na estação de trem em Barueri encontrei algo inusitado:

Um papel colado no guichê avisava: tire uma foto.

por sorte estava com a máquina e não resisti....


depois de passar as catracas vejo mais....

e mais

e mais...

Nossa!!!! acho que a sacizada está chegando.

domingo, 28 de outubro de 2007

Desfile na Av. Ipiranga... movimentação























Desfile na Avenida Ipiranga... Pose para as fotos

Café e Bananas

Limões e Bananas

Carmem e limões


Meninas da Fenix

Desfile na Av. Ipiranga - verão 2007/2008

Desfile na Avenida Ipiranga, o cenário fica por conta do edifício Copan.



























































Depois do desfile montei o 'stand', ou melhor a barraca...




segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Feira Cultura Positiva


No dia 26/10, sexta feira, acontecerá a Feira Cultura Positiva, na Avenida Ipiranga coma Rua da Consolação. Isso mesmo entre os edifícios Itália e Copan, dois ícones da arquitetura paulistana.
A realização da feira fica por conta da Associação Vida Positiva que já realizou outras feiras no Largo do Arouche e também no Vale do Anhangabaú.
A feira tem início as 10 horas e quando os sinos da Igreja da Consolação badalarem as 12 horas, será realizado o desfile das minhas peças (Luluzinha - coleção 2007/2008), da produção do Daniel e Karina; a Moda V.xame. Sei que teremos uma outra produtora de moda no desfile, mas não sei quem ela é, será elemento surpresa!
Pedi para as educandas da FENIX produzirem peças para esse dia. Estamos em processo, não sei dizer se teremos um desfile das peças, ou apenas exposição de alguns trabalhos, ou algumas peças para venda... deixemos isso como mais um elemento surpresa!
Além do desfile estaremos com uma loja para a venda dos produtos...

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Projeto Identidades - Novos Parceiros da Loja Identidades -

Recebi de Marcileia o 1º Edital para Seleção de Novos Parceiros da Loja Identidades - Projeto Identidades / ICE – Instituto de Cidadania Empresarial, por meio da lista de distribuição da ESP (ESP-LIVRE).
Resolvi que seria a bolsa Xangô a peça a ser enviada. Terminei na véspera, na manhã do último dia. Mas considero que tenha valido apena o esforço. Também enviei a Fada Rosa.

A Renata teve papel importante, pois foi ela que, gentilmente, levou a peça no local indicado.

O edital em seu artigo 2º define:
"2.1 A loja Identidades, uma iniciativa do ICE em parceria com o Shopping Jardim Sul, é uma loja com o objetivo social de contribuir para a sustentabilidade de diversas organizações sociais e comunidades por meio da divulgação de suas causas e projetos e da comercialização de seus produtos.

  1. A loja Identidades pratica Comércio Justo e Solidário e é uma oportunidade para a prática do Consumo Consciente. Ao contrário do modelo de comercialização tradicional, em que os objetivos referem-se simplesmente a consumir e lucrar, na Loja Identidades o objetivo maior é o desenvolvimento humano e a valorização das pessoas, da cultura e do meio ambiente, de forma que as relações estabelecidas são baseadas em princípios éticos e solidários e não simplesmente comerciais, formando parcerias que vão além da relação de compra e venda. Desta forma, é desenvolvida uma relação de transparência e cooperação entre a loja, os artesãos e os consumidores, de modo que todos sejam beneficiados. Os produtos vendidos na loja são confeccionados por meio de técnicas artesanais, do reaproveitamento de materiais e da utilização de matérias-primas sustentáveis. Assim, é desenvolvido um modelo de consumo economicamente viável sendo também ambiental, cultural e socialmente justo. O Projeto Identidades estimula o consumo responsável e solidário como forma de garantir a geração de renda para comunidades excluídas do mercado formal de trabalho e de mercado. Por meio da loja Identidades, o ICE abre o espaço para a comercialização de produtos de artesãos de comunidades de baixa renda, artistas populares e de diversos projetos e organizações sociais. Todos os produtos vendidos promovem a geração de renda e de oportunidade para artesãos, artistas, grupos organizados e cooperativas - envolvendo mulheres, idosos, jovens, comunidades indígenas e pessoas com deficiência - de forma que a loja atua numa linha de cooperação para o desenvolvimento.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Africanidade

Bolsa Xangô

Esta bolsa já estava em processo de criação há algum tempo. Tudo começou quando ganhei uma camisetinha (pois era pequena e não servia em mim) com a imagem de Xangô pintada a mão, por um amigo de Micheliny. Entretanto resolvi guardar a camiseta, com a intenção de usar a pintura, aplica-lá em outra peça.



Passado um tempo resolvi experimentar um molde que estava lá na Fenix, cortei um jeans e logo em seguida veio a imagem de Xangô, naquela bolsa.



quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Alimento para o Célebro

A primeira semana de outubro foi muito agitada. Iniciei duas oficinas, uma sobre “Construção da Imagem de Moda” e outra sobre “Moda Afro: os Deuses na passarela”.

As oficinas são organizados pela Oficina Cultural Oswald de Andrad, que está instalada na rua três rios, no Bom Retiro, em um lindo casarão, no qual no passado funcionou a Escola de Pharmácia. Os encontram acontecem duas vezes por semana.

A primeira oficina tem como proposta o conhecimento da atividade profissional do Stylist, que é o principal agente desta construção de imagem e como acontece a sua atuação. A oficina é coordenada por Dudu Bertholini, responsável pelo desenvolvimento da marca Neon.

O processo de seleção foi através de uma entrevista individual, na qual o coordenador questionava os entrevistados sobre seus interesses. O mais interessante é que esta oficina teve suas inscrições esgotadas pelo alto número de procura, o meu número na lista para a entrevista foi 50, e ainda existia 7 ou 8 pessoas depois de mim.... tudo isso para 20 vagas.

Quando cheguei para a entrevista percebi um burbulho.... zumzumzum... as pessoas entrevistadas saiam da sala e comentavam: ele é simpático...; parece cansado...; perguntou porque eu queria fazer o curso...; o que eu fazia...
Bom assim foi, passaram os minutos e chegou a minha vez, nesta hora já era formado bloco de três pessoas que entravam na sala (deve ser para ser mais rápido!). Dudu fez várias perguntas, realmente muito simpático, alegre... gosta de ouvir, tudo isso não durou mais de 2 minutos! Perguntou-me se conhecia o trabalho dele. A única resposta que tinha era: - Não; para falar a verdade nem sabia que você, era assim , tão POP (star).

A pergunta de Dudu ficou em minha cabeça. Então, ao chegar em casa recorri à NET. Fiz um busca simples: Dudu Bertholini, veio várias coisas.... e passei a entender quem era aquela pessoa que ousava, que se colocava de forma diferente, e tudo isso sempre com muita alegria.


A outra oficina também teve um processo seletivo por entrevista, neste dia não teve o burbulho, blá. blá , blá. Estava muito mais calmo. Mas esperei o mesmo tempo que na anterior, só que desta vez o meu número era o 19.

Foi bem diferente, eram dois entrevistadores – O Marco Silva - artista plástico e arte-educador e Fabiano Menna - stylist, produtor de moda, figurinista, ator e arte educador. Levei duas peças de minha autoria:


Saia com estampa pintada a mão, com tema africano, desenvolvida após pesquisa iconográfica sobre cerâmica africana.

Boneca Fada - elaborada a partir da idéia de reproduzir as bonecas 'mocinha', com corpo definido – suzi, barbie.... Mas também carrega signos africanos, como pele e cabelo. É uma boneca artesanal, de tecido - resíduo da indústria de confecção, um processo de minimização dos resíduos.

Esta oficina tem como proposta o estudo dos signos afro brasileiros e da forma que as pessoas se comportam frente a estes. Está dividida em dois blocos: 1- identidade afro brasileira - influências que o brasil recebeu dos povos africanos e da colônia portuguesa e o desenvolvimento de signos para auto afrirmação; 2- mitologia e mitos africanos Iorubá.

Ao final de 16 encontros teremos organizado um desfile para apresentação da nossa pesquisa! Uauuuu!!!

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Verão 2007/2008

Já estamos na Primavera e logo chegará o Verão.... . Estou preparando uma salada de frutas e flores para esta estação quente.

Como tema geral escolhi a brasilidade, com frutas tropicais e flores muito coloridas, também teremos café, bebida nacional.. Para chegar nessa idéia busquei inspiração no movimento tropicalista, que neste ano comemora 40 anos. Movimento este que colocou em cheque os valores de uma elite intelectual e cultural. Também vou beber na fonte do Modernismo, de Oswald e Tarcila e tantos outros que buscaram uma expressão à brasileira, sem negar as influências externas.


Algumas estampas para o verão 2007/2008.

Tecidos em 100% algodão.