sábado, 1 de dezembro de 2007

Moda Afro

No dia 29 de novembro de 2007 aconteceu a apresentação do resultado da oficina de Moda Afro – Os deuses na Passarela.
Antes de apresentar os modelos confeccionados quero falar um pouco sobre o processo de construção do conceito.
Logo nos primeiros encontros o grupo foi orientado para que se organizasse em duplas e foi sorteado um Orixá para cada dupla.
Montei dupla com a Cida Miranda, devido a proximidade de nossas residências. E foi um ótima parceira para todo o processo – criação e confecção.

Para nossa dupla foi sorteado Xangô. Passávamos a ter uma grande responsabilidade, teríamos de fazer um traje completo para um Rei.
Também assumi a responsabilidade de fazer a roupa de um outro Orixá: Logun-edé.



Seminário sobre Xangô

Para a criação dos traje fizemos uma pesquisa, parte fundamental para o processo de criação, principalmente para nós que tínhamos dois personagens como modos de vida definidos.



Xangô

Terceiro Rei de Oyó (1450 a.c.), filho de Oranian e Torossi, foi criado no país de sua mãe, indo instalar-se mais tarde em Kossô, onde consegui impor-se pela força.

Alguns relatos afirmam que Xangô destronou seu irmão Dadá-Ajanká, para tomar seu lugar. Governou com mãos de ferro – foi temido e adorado. Essa descrição aproxima Xangô ao príncipe descrito por Maquiável.

Orixá das pedreiras, das terras áridas e das rochas.

Elemento: FOGO, RAIOS e TROVÕES

Metal: Cobre

Pedra: Rubi

Domínio: Justiça


Símbolo da Natureza: pedra de raio, que se cria quando cai um raio na terra, Representa a Justiça.


Qualidades

Temido e Respeitado

Viril e Violento

Vaidoso – elegante e sedutor

Atrevido e prepotente


Cores: Vermelho e Branco

Dia consagrado: quarta-feira


Algumas qualidades trazem na cabeça um gorro na cor vermelha, e, ou, veste uma 'saieta' com cores variadas e fortes, que representam as vestes dos Eguns.


Alguns cultos afro-brasileiros recebem o nome de Xangô, o que mostra a popularidade deste orixá. Em Alagoas e em Sergipe Xangô tem significado de Casa de Santo ou terreiro.

Nos meses de junho, mantém-se uma tradição festiva, que são as famosas fogueiras de Xangô, feitas em sua homenagem.

Sua Saudação é Kaô Kabecile


Símbolos

Machado de dois Gumes – Oxé

Colares em contas vermelhas e brancas.

Animal sagrado: Ajapá (cágado)


Alimentação:

Comida: quiabo com camarão seco e dendê, Abô (carneiro), Akukó (galo), Etu (galinha) e o Amalá, espécie de pirão de farinha com carne misturado com quiabos, colocado na gameleira e enfeitado com certo numero de quiabos (em geral 12) mais pode variar de acordo com o intuito e com a qualidade


Bebida: cerveja preta (aluá) e vinho licoroso doce.


Sincretismo

São Gerônimo(Agodô) – o mais conhecido;

São Pedro (Alafim);

São João Batista (Xangô do Ouro ou Xangô menino );

São José (Agaju)


São 12 os Xangôs:

Dada

Airá Igbonam

Oba Afonjá

Baru

Obalube

Airá Adjaosi

Ogodô

Angaju

Oba Kossô

Oraniam

Jakubá

Airá Intilé


Os filhos de Xangô são extremamente:

Enérgicos

Autoritários

Exercem influência nas pessoas

Dominadores

Conquistadores



As esposa de Xangô

Oxum, Oyá e Obá


Uma Lenda sobre Xangô e Iansã

Existe uma lenda que explica o fato de Xangô e Iansã (oyá) deterem ao mesmo tempo o poder do fogo.

Xangô era casado com Iansã e viviam no reino de Oió. Um dia Xangô ouviu falar a respeito de um mago que vivia em outro reino, que tinha uma poção capaz de fazer com que aquele que a tomasse, pudesse cuspir fogo e ter o domínio sobre os raios e as tempestades. Xangô incumbe Iansã de ir até o reino deste mago para pegar a poção. Quando chegou lá, Iansã é avisada pelo mago para não beber o composto do pote em nenhuma hipótese. Entretanto no caminho, Iansã sente uma sede muito grande e não resistindo toma parte da poção. Chegando ao Reino de Oió, ao encontra Xangô e ser questionada sobre a viagem Iansã abriu a boca para responder e sem esperar, em vez de sua fala saiu labaredas de fogo. A partir deste dia Xangô teria de dividir com Iansã, o poder de fazer fogo e dominar os raios e trovões.

Processo criativo

Releituras...


Xangô de Carybé





Releitura:Pedro Gilberto - Arcoverde-PE

















Releitura: Luciana Bolognini


Sugestões de roupas ....



















Eu e Miranda optamos pelo traje da esquerda.

Logun-Edé

Orixá das águas doces e das floresta,filho de Oxum-Iopandá e Oxóssi- Enlê. Este orixá é o único que não é filho de Oxalá e Yemanjá ou Oxalá e Nanã. Reune as naturezas do pai de da mãe e é comum encontar lendas nas quais ele vive 6 meses como jovem caçador e os outros 6 meses como uma bela encantada dos rios.

Em outras lendas não aparece a divisão sexual, apenas a relação de viver um período nos rios e outro na terra (mata).

Na Nigéria, Logunède é o orixá patrono de Ilexá onde seu culto, por volta dos anos 1930, segundo Pierre Verger, parecia em decadência, em contraste com o Brasil, onde experimentou significativo incremento, desde a década de 1970 pelo menos

Passarela - Moda Afro






Oswald de Andrad, assistiu a tudo....











Adereços


Criadores e criações












Eu e Miranda - Desfile Moda Afro